Pensar em GESTÃO DE PESSOAS
dentro do contexto de um CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA seria para muitos
desconhecedores do meio militar, um assunto simples e de fácil visualização,
pois para qualquer qualificação de área técnica numa realidade de
competitividade que a globalização nos impõe é necessário refinar o
conhecimento específico nas atuação que a profissão mais nos exige.
Para função
Policial dentro da segurança pública podemos ser bem abrangentes, trabalhamos na
prevenção e no controle da violência e da criminalidade com todas as camadas da
população e somos disseminadores dos DIREITOS HUMANOS, precursores do
atendimento ao público e também a porta de entrada de todas as necessidades
sociais de nossa população.
Temos
profissionais de nível médio da segurança que possuem boa qualidade cultural
com adequado nível intelectual possuidores de cursos universitários e pós
graduados em diversos ramos, pessoas que diferem em pensamento e atos da
realidade vivida em anos não democráticos onde imperava a repressão, tortura e
desaparecimento de quem discordava ou tinha opinião política contraria ao
modelo do período.
Estamos em
déficit, falta incluir na formação dos disciplinadores e instrutores mais
fatores para compreender o comportamento humano, conhecimento do sistema,
abordagens e técnicas capazes de ajudar na construção de uma força de trabalho MOTIVADA,
QUALIFICADA, PRODUTIVA, SAUDÁVEL e que saiba acima de tudo preservar o estado
democrático de direito tão difundido por este Governo.
Temos que nos
desvencilhar da herança submissa da ação policial à Razão do Estado e realizar levantamentos
e pesquisas de campo direcionados a uma qualificação adequada ao que o mundo de
hoje precisa, ao que o povo gaúcho merece.
Não vejo onde
a gestão dos recursos humanos na área da segurança pública estão sendo
executados, certamente não é nos cursos de qualificação da Brigada Militar, passar
horas sendo comandados como bonequinhos de brinquedo, cantando hinos
repetidamente para acompanhamento de desfiles de uma tropa estafada por mais de
dezoito horas de atividade continua, cobrança de materiais básicos de
equipamentos e fardamentos que são obrigações do ESTADO fornecer, mas que são
comprados pelos militares, saindo muitas vezes de orçamentos mais do que
apertados.
Instrutores
disciplinares que vêem na força, no grito, na submissão e na humilhação algum
tipo de conteúdo instrutivo ou até qualitativo para o conhecimento e aplicação
no dia a dia do subordinado, que esta ali para apreender e repassar o
conhecimento adquirido. “Que tipo de multiplicadores seremos”, tapas na mão que
não esta bem postada, puxões na roupa dizendo esta um “lixo”. Na visão dos
direitos humanos podemos classificar uma escola de violadores e multiplicadores
de brutalidades, temos que tirar esses excessos e abusos que não podem fazer
parte da mentalidade policial, quebrar este paradigma de incluir na formação de
pessoas o desprezo, desmoralização, desvalorização e a humilhação.
Devemos retornar
ao comando de grupos, frações e pelotões disseminando a má formação que
recebemos ?
Existe a
concepção errônea de que alunos em formação devem ser somente submissos, não
possuidores de senso crítico e desprovido de qualquer conhecimento anterior
aquela realidade que estão vivendo, em um mundo que existe somente monólogos e
que ditados valem mais que leis, regras, direitos se quebram com uma simples
frase “CURSO É CURSO”.