Para uma
analise interna vertical e crescente da Operação Golfinho posso diser que foi
usado o efetivo do CTSP como tropa reserva de fácil manobra e emprego rápido
para suprir as necessidades do policiamento sazonal que ocorre todos os anos no
litoral do Rio Grande do Sul, não seria surpresa, mas tragicômica a maneira que
sempre é feito o planejamento e gerenciamento de um serviço tão importante para
o povo gaucho.
Ano a ano as
demandas referentes ao policiamento ostensivo e salva-vidas são colocados como
serviços momentâneos e com planejamentos não permanentes, sendo usado em cada
operação um método de gerenciamento dos recursos humanos e materiais diferente
e uma memória funcional flutuante que acaba a cada final de ciclo evaporando
como se fosse fumaça, sendo a coleta de resultados estatísticos apenas
decorativo para ser usado e manipulado politicamente.
Temos em nossa
historia de operações todos os elementos necessários para executar uma tarefa
árdua com o máximo de resultado e o mínimo de desgaste humano e material, mas toda
a carga estatística permanece inerte nos bancos de dados de nossa instituição onde
não são usados para um feedback decente sem visões minimalistas e com máximo de
aproveitamento para o replanejamento da operação golfinho seguinte.
Com tantas décadas
de experiências no mesmo serviço não podiam ainda existir o emprego de recursos
humanos, sem condições de uma instalação decente para ficar durante o intervalo
do trabalho, sem condições dignas para poder se alimentar e estar em condições
para o trabalho que muitas vezes de tão mal planejado não cumpre nem as normas
básicas que são instruídas na Brigada Militar.
Vejo que ainda
existem administradores na BM que pensam que estão no “regime de exceção” e que
quando estamos deslocados de nossas Unidades e longe da cidade de origem dos
serviços normalmente prestados, ganhando diárias ínfimas para custeio da
instalação e alimentação, não precisamos mais ser supridos nas necessidades básicas
para um trabalho digno.
Não sei o que
nossos gestores estão fazendo para mudar esta filosofia de policiamento
atrasada, estrutura organizacional arcaica e ineficiente e para suprir a
deficiência na aplicação dos recursos humanos e materiais, pois com todos esse
anos de operações no litoral qualquer gestor privado poderia listar os erros
encontrados e que a décadas são sempre os mesmos.
Policiais
alojados em escolas que não são estruturas feitas para pessoas residirem
(banheiros sem chuveiros, sem local para lavar roupas), escalas de serviços com
jornadas continuas que dificultam o deslocamentos para suas cidades de origem,
falta de recursos materiais (viaturas, coletes, rádios comunicadores) e diárias
que não suprem os valores encontrados no nosso litoral para alimentação básica.
Muitas vezes
ouço oficiais falando que estamos caminhando para uma privatização ou aumento
do poder municipal no tangente a segurança pública, penso que sim, todos esses
oficiais são os maiores contribuintes para este caminho, pois eles são os
gestores da segurança pública oferecida ao povo gaúcho. Não adianta me falar
profeticamente o que provavelmente vai acontecer, me diga e com convicção o que
realmente você esta fazendo para que estes fatos não se tornem realidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário